domingo, 17 de janeiro de 2010

Considerações Acerca da Arte no Estado Novo

Em 1915, com apenas 19 anos, António Ferro participou no que viria a ser, muito possivelmente, a maior revolução literária de sempre em Portugal. Falo da revista Orpheu.
Passados 18 anos, em 1933, com um novo estado, um novo ditador, e com um livro a escrito a louvar esse mesmo ditador, António Ferro aceita de bom grado a direcção do Secretariado Nacional.
É devido a este percurso (aqui muito muito resumido) que me pergunto qual será o motivo de alguém, que tanto se envolveu eu projectos contra o estabelecimento, para se juntar ao mesmo.
Muitas respostas são possíveis, e todas são, a meu ver, repugnantes. O fascínio pelo fascismo de Mussolini pode ser uma, e certamente foi um dos motivos para a decisão, a questão monetária também esteve certamente envolvida na decisão. Mas, um dos motivos referidos por alguns para explicar esta decisão é o resgate da arte vanguardista das mãos da censura enquandrando-a no próprio regime. É sobre este motivo que me vou focalizar neste texto de opinião.
Para mim este motivo é inválido. A arte evolui na marginalidade. Só de fora existe uma perspectiva crítica do que há de errado. Só os excluídos têm a visão da inovação. Parece um extremismo, mas passo a explicar: a arte contemporânea vanguardista pressupõe uma visão subjectiva do mundo, assim, o que é mais interessante para um publico apreciador de arte é a interpretação que não lhes é óbvia, fruto de uma observação diferente e marginal de uma assunto comum.
É por este motivo que me choca a associação da Arte ao Estado Novo levada a cabo por António Ferro.
João Marcelo

1 comentário:

  1. Marelo, muita atenção, mesmo muita, o português está cheio de erros, será necessário rever o texto.
    Depois, bem, sobre arte portuguesa e concretamente do período referido, nada dizes.
    Deveria dizer como foram enquadrados os artístas rebeldes, no sistema preconizado por António Ferro e apoiado por Salazar.
    Já é bom começares a escrever no blog, mas, ainda é muito pouco.

    ResponderEliminar