quinta-feira, 27 de maio de 2010

Margaret Thatcher: Austeridade e neoliberalismo

Em 1979 a Inglaterra viva, no campo económico, dias difíceis, com uma inflação galopante, com o valor da libra substancialmente baixo, alto nível de desemprego e grandes greves. O povo queria alguém que o liderasse com mão de ferro e que tirasse Inglaterra da crise em que se encontrava.
A ambição trouxe-lhes, portanto, Margaret Thatcher: líder do partido conservador e adepta da política neo-liberal, que se opunha ao estado-providência por subvalorizar o serviço publico sobrevalorizando o privado e que já vinha sendo posta em prática por Augusto Pinochet.
Apoiada pelo governo de Reagan nos EUA, Thatcher aplicou a sua filosofia política e económica em Inglaterra, enfatizando o investimento privado, os mercados livres, e desprezando a intervenção do estado alegando que este intervinha demasiado na economia. Guiada por estas crenças, Thatcher privatizou várias empresas publicas. Começou também com medidas económicas com o objectivo de criar interesse de investidores estrangeiros e, assim, reduzir a inflação. Para além disto reduziu a impressão de dinheiro e reduziu substancialmente o orçamento de estado inglês (nomeadamente na escola e na habitação), para cortar com o seu intervencionismo.
Apesar do sucesso das suas políticas na queda da inflação - que considerava ser a "progenitora do desemprego"- as medidas de Thatcher resultaram também no aumento do desemprego, que chegou até aos 35%, nível ao qual nunca havia chegado desde os anos 30.
Resumindo, durante o governo de Thatcher, a inflação desceu, o valor da moeda subiu e a economia inglesa cresceu substancialmente. Em contrapartida a manufactura diminiu perigosamente, tal como o desemprego.
Dois pontos de vista diferentes residem em relação aos que pensam e falam sobre o governo de Thatcher: há quem pense que o sacrifício da classe trabalhadora e o exacerbado neo-liberalismo não sejam, de um ponto de vista social, a melhor estratégia política, e há quem pense que não é possível uma grande recuperação sem que essas medidas sejam aplicadas.

João Marcelo

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